Frio, muito frio.

Cheguei à pousada - que mais era um antigo bangalô adaptado para receber hóspedes-, naquele inverno rigoroso, cansado demais para fazer qualquer tipo de avaliação sobre o local. Só notei que era uma das poucas habitações à beira daquela estrada.
Não quis conhecer o restante da casa, como me sugeriu a recepcionista, depois de me entregar um grosso edredom e dizer que as pessoas que ficam naquela área, sentem um frio extremo durante a madrugada.
- Obrigado. Até amanhã, eu disse sem ao menos notar a feição da mulher.
Ao acordar, perguntei ao senhor que estava à entrada do local, retirando algumas folhas do chão, sobre a moça que trabalhava lá.
- Sou o dono e único empregado deste lugar. A minha filha, que me ajudava, faleceu três anos atrás, enquanto dormia, no quarto onde estas.
Com a voz mais fraca e visivelmente abatida, completou: - De hipotermia.
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