[Adeus, Godofredo]
Depois de algum tempo sem públicar nada por aqui...segue um microconto novo.
[Adeus, Godofredo]
Seu Godofredo, um senhor super simpático que já beirava a casa da idade dos bisavós não mudava sua rotina de um clássico enrugado aposentado.
Todas as manhãs varria as calçadas das redondezas da sua morada, o que fazia seus vizinhos adorarem e se preocuparem com a já debilitada saúde do velho, que tinha avançados problemas cardíacos e dois eventos cirúrgicos pra contar como causo nas rodas de dominó.Certa vez, um grupo de adolescentes ricos resolveu gravar pegadinhas pro Youtube, mania tão famosa naquele ano de 2016. A vítima? Godofredo. A pegadinha? Apontar uma arma de brinquedo e estourar uma bomba de pólvora atrás da pessoa "trollada".
Consumada a brincadeira, Godofredo, de coração fraco, cai no chão, bate a cabeça e morre.
Comoção e tristeza na redondeza. Protestos. Gritos e muita revolta.
Era exigida a prisão dos jovens, que mais tarde foram descobertos filhos de empresários famosos do ramo de fast-food. Acusavam-os de assassinato.
Passado dois dias do ocorrido, saíra o resultado do laudo.
Godofredo não foi assassinado. "Faleceu em virtude de infarto fulminante do miocárdio." Dizia parte do documento.
"Tá vendo, juízes de facebook. Ele não foi assassinado" diziam as inúmeras postagens, quase em tom de comemoração, daqueles que apoiavam os jovens Youtubers.Consumada a brincadeira, Godofredo, de coração fraco, cai no chão, bate a cabeça e morre.
Comoção e tristeza na redondeza. Protestos. Gritos e muita revolta.
Era exigida a prisão dos jovens, que mais tarde foram descobertos filhos de empresários famosos do ramo de fast-food. Acusavam-os de assassinato.
Passado dois dias do ocorrido, saíra o resultado do laudo.
Godofredo não foi assassinado. "Faleceu em virtude de infarto fulminante do miocárdio." Dizia parte do documento.
Diante dos fatos, nada pôde ser feito além de chorar.
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