O ritual

O ritual era rígido. Ele estava obstinado em conseguir pegar as missangas e fazer uma pulseira com as cores vermelho, laranja, amarelo, verde, azul, anil e violeta. Por alguma razão não muito clara, achava que conseguiria crer que o arco-ires não passava de uma mera ilusão ao conseguir fazer essa pulseira. Entretanto, ele optou por iniciar o trabalho com os olhos fechados. Sentindo as cores com o próprio tato, que ele considerava de altíssima precisão.

No primeiro dia foi complicado. A pulseira saiu uma completa anarquia.
Mal dava para identificar alguma cor, dado a grande mistura dos grãos. No segundo dia foi um pouco melhor, mas ainda assim com um resultado péssimo. O terceiro dia foi o pior de todos.
Fonte: Google imagens
O resultado foi jogado diretamente no lixo. No quarto, as coisas melhoraram sensivelmente. Notou-se a ordem “vermelho, laranja e amarelo”. Depois destas que a coisa desandou, mas foi suficiente para enconrajá-lo. O arco-ires estava na iminência de nascer e sua obsessão seria satisfeita.


No quinto dia a pulseira saiu linda. Estava lá, com as cores ordenadas e perfeitamente encaixadas. Ficou orgulhoso do resultado e passou a ter absoluta certeza de que os arco-ires não eram meras ilusões. Eles existiam e eram palpáveis, poderiam ser, inclusive, acariciados. Lembrou de todo o processo de prova. foram 05 dias de muito trabalho. Na memória tentou identificar o que foi determinante para o sucesso; percebeu que fez toda a diferença ele ter aberto os olhos no quinto dia.

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Redação Enem 2013