Quebra-cabeças

Montar um quebra-cabeças é uma experiência singular, comparável ao prazer de saborear o nosso prato favorito acompanhado de um bom vinho.

Mesmo quando se conhece o desenho final, há sempre um mistério a ser desvendado, peça por peça. Cada encaixe traz consigo uma nova sensação, uma alegria indescritível que provoca sinestesias. Uma ansiedade gostosa, se é que isso seja possível.

Às vezes, o desafio parece insuperável, mas a chave para mudar isto é o par resiliência/paciência. Quando uma peça não se encaixa, surge um sorriso contido, mordido, de olhar cerrado; uma determinação silenciosa de quem não vai desistir. 

Em outras ocasiões, a sorte nos brinda, e tudo parece fluir com facilidade. Peças se encaixam uma após a outra como num passe de mágica. Nesses momentos, sentimos  um leve frio na barriga, uma confirmação de que estamos no caminho certo. Uma alegria sincera, tão honesta.

Há uma diversidade de quebra-cabeças, desde imagens reais até paisagens ficcionais, cada um provocando sensações intensas e únicas, mas todos não resistem a um "macete" secular: identificar as cores das peças, agrupá-las por tonalidades e depois juntá-las por camadas; ou seja, ter sensibilidade suficiente para sincronizar o que aparenta ser caótico. 

Estou montando um lindo quebra-cabeças cuja quantidade de pelas eu não faço ideia de quantas sejam, mas o desenho que se mostra está cada vez mais bonito. Trata-se de um dos meus gatos em um fundo que aparenta ser uma arte barroca.

Um quebra-cabeças com duas paixões: gato e arte.


Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

É nessa época.

Redação Enem 2013